terça-feira, 24 de abril de 2012

Atividade "Mas por que Estados Unidos e Canadá?!"

"Mas por que Estados Unidos e Canadá?!" - Pergunta feita por um aluno, quando um colega lhe disse quais países formavam a América Anglo-saxônica. A resposta foi: "Porque a América Latina é do México para baixo!" . Este rico diálogo que presenciamos em uma observação de aula nos motivou a elaborar uma atividade que trabalhasse a regionalização da América em América Latina e América Anglo-saxônica. Não queríamos que decorassem os países que formam estas regiões, e sim que compreendessem o que levou a esta regionalização.

Para sua elaboração, nos baseamos no texto O Caminho da Regionalização - O espaço com novos (re)encantos (CASTROGIOVANNI A.C.; Ensino de Geografia: Caminhos e Encantos, 2007), com adaptações ao conteúdo trabalhado e a realidade das turmas de 7ª e 8ª séries da Escola Padre Balduíno Rambo. Elaboramos, ainda, um segundo momento à dinâmica, em que os alunos representam países da América. Alunos-países com suas características, seu tamanho, sua cultura, sua economia e seus interesses, colocados em subespaços; as regiões.

Valorizamos as opiniões e conhecimentos prévios dos alunos acerca do conceito de regionalização. Estimulamos a participação e autoria de tudo o que foi produzido ao longo da atividade. Houve um momento em que fomos surpreendidos com a intencionalidade de uma aluna, algo presente em todo o processo de regionalização. Destacamos o problema da homogeneização no processo.

Reconstruímos a colonização que os países do continente sofreram e como isto se expressa em alguns dados sócio-econômicos atuais que disponibilizamos. Assim construímos a regionalização da América, em Anglo-saxônica e Latina. 

Para ler a descrição completa da atividade, clique aqui.

Descrição da Atividade: "Mas por que Estados Unidos e Canadá?!"

Visamos construir as noções que envolvem o conceito de região e assim discutirmos esta regionalização cultural da América em Anglo-saxônica e Latina. Problematizar a regionalização devido às homogeneizações que causa.

Começamos avaliando o quanto os alunos sabiam sobre o conceito de Regionalização. O que é uma região? O que é regionalizar? Que regiões vocês conhecem? Palavras-chave no quadro, valorizando suas opiniões, seus conhecimentos prévios, estimulando a participação na atividade.

Criamos uma fronteira, dividindo a sala em duas "partes" com um barbante. Que critérios usamos para dividir a sala desta forma? Depois dividimos os alunos com critérios objetivos: gremistas em uma região, colorados em outra. Depois por idade. Em seguida, alguns critérios subjetivos. Aqueles que estão com tênis mais claros, em uma região; tênis mais escuros em outra. Neste momento, uma aluna afirma estar com o tênis sujo, então deveria ficar na mesma região que a melhor amiga, que calçava tênis preto. Puro interesse! Expressou a tendenciosidade que acompanha todo o processo de regionalização. Costumamos ver isto, por exemplo, quando uma cidade luta para ficar na Região Metropolitana de Porto Alegre para receber alguns benefícios.

Terceiro momento da atividade: formamos regiões de acordo com o sexo e proximidade. Os integrantes das regiões deveriam, então, dar um nome a esta região. Um nome que expressasse critérios comum nos integrantes. Sempre se cercando com o barbante, representando a fronteira desta região.

Num misto de brincadeira com competição, deixamos os alunos formarem regiões com critérios secretos. Alguém formava as regiões e o grande grupo analisava e tentava adivinhar qual critério fora utilizado. Alguns alunos não se conformavam em ficar na sua região; não eram iguais aos outros, para estar lá. Destacamos um dos problemas em regionalizar: a homogeneização. A formação de uma região destacava algo que tinham em comum e não valorizava suas peculiaridades.

Na segunda metade da atividade, chegamos à regionalização da América. Agora cada aluno seria um país.  Receberam crachás com o nome do país, um mapa com a sua localização (para que pudessem ver seus países limítrofes) e dados sócio-econômicos atuais (para que interpretassem como resultado do tipo de colonização que o país sofreu).

Cada um apresenta seu país, ressaltando o seu idioma e país(es) colonizador(es) e qual tipo de colonização sofreu: exploração ou povoamento. Exemplo: "Meu país é o Brasil, falamos português, fomos colonizados por Portugal, numa colônia de exploração". Em seguida pedimos que formassem regiões de acordo com a colonização que sofreram. Depois, fizemos o mesmo com cada critério sócio-econômico que fornecemos dos seus países. Delimitamos a abrangência dos critérios, para não houvesse grandes disparidades dentro de uma mesma região, analisando determinado critério: PIB, por exemplo.

Estados Unidos e Canadá (representados por dois alunos) normalmente eram separados dos outros países devido às suas características resultantes das suas colonizações. Refletimos sobre isto. Compreenderam, e não decoraram, por que EUA e Canadá formavam a América Anglo-saxônica.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Atividade O Banho de Papel

Figuras extraídas do livro Ensino de Geografia
Práticas e textualizações do cotidiano,
CASTROGIOVANNI, A.C.
Baseada na atividade O Banho de Papel, apresentada no livro Ensino de Geografia: Práticas e textualizações do cotidiano, Porto Alegre, 2009, a oficina pedagógica foi aplicada pelos bolsistas do PIBID Geografia UFRGS para as 5ª e 6ª séries da Escola Padre Balduíno Rambo.

A atividade consiste em hemisferizar o corpo dos alunos, relacionando-o com os hemisférios do planeta, com auxílio de corpos desenhados em papel pardo, barbante e globos. Desenvolve-se noções de que: relações e coordenação espaciais são construídas inicialmente através da tomada de consciência do corpo (objeto referencial) pelo indivíduo (sujeito). É a construção do mapa corporal.

O conhecimento do espaço/corpo faz-se, na criança, por duas vias diferentes: a ação direta, ligada a manipulação e ao movimento dos objetos e a ação indireta, através da palavra, relativa à denominação dos objetos e dos lugares. A lateralidade consiste na representação dos hemisférios corporais e a sua consequente projeção (é a construção das noções de direita, esquerda, frente, atrás, através do deslocamento mental direto e reversível).

terça-feira, 10 de abril de 2012

Atividade Global(iz)ação

Baseado no texto Globalização - um novo caminho para regionalização? O mundo nunca foi um só... ou foi? (CASTROGIOVANNI A.C; Ensino da Geografia: Caminhos e Encantos, 2007) aplicamos uma atividade sobre Globalização, ou melhor, "Global(iz)ação"!

Alunos pintando seus planisférios sobre o mapa mundi.
Complementando o conteúdo que os alunos já estão trabalhando com seu professor de Geografia na escola Padre Balduíno Rambo, procuramos facilitar a compreensão do conceito e do processo de Globalização e desenvolver a criticidade sobre o tema.

O primeiro momento da atividade foi baseado na interpretação da música Disneylândia - Titãs, em que os alunos localizaram e pintaram os países que apareceram na música. Após isto, conectaram os países nos seus planisférios, na ordem em que aparecem na música.
Com o auxílio dos alunos, fizemos o mesmo sobre o grande mapa-múndi exposto no quadro; com barbante e fita adesiva produzimos uma grande rede, que une os países de todo o globo, representando a relação entre eles, comunicação, fluxos, etc. (foto).





Após a produção do material, analisamos e discutimos a rede formada sobre o mapa, a conexão entre países e suas relações. O que causou a globalização? O que tem de bom e de ruim nela? E assim finalizamos a atividade, refletindo sobre esta tal "ação no globo", como um aluno contribuiu, e sintetizando o conhecimento construído ao longo da atividade.